E ele subiu a montanha
E ele descobriu outro caminho
E ele pegou esse caminho
E ele parou e admirou a paisagem
E ele seguiu em frente
E ele voltou para o plano inicial
E ele chegou a tempo
Mas não conseguiu parar de caminhar
Então ele descobriu outro caminho
E ele viu que levava até o pôr do sol
E ele segui em frente
Ele não conseguia parar de caminhar
O sol era o limite
E então ele sentou na pedra
E tocou o sol com a mão do pensamento
E com as extremidades da alma
O sol se foi
Mas ele ficou
A noite ainda era longa
E assim ele pegou o caminho de volta até o topo
E no solo sagrado ele fez o círculo e ficou nele
E assim enfrentou a sua noite escura
Porém bela e iluminada pela lua e pelas estrelas
E assim ele não teve medo
E assim ele sentiu frio
Pois o céu era o seu teto
E o vento era o seu companheiro constante
E assim foi a noite inteira
Um diálogo entre pessoa, vento, lua e estrelas
E ele pensou nela e neles
E em silêncio e segredo beijou suas almas
E ele viu estrelas cadentes
E ele viu até estrelas que viajavam pelo céu como aviões ou naves espaciais
E ele viu o mundo
E ele estava no mundo
E ele era o mundo
E quando amanheceu ele dançou
A música era o vento
Os cantores eram os passarinhos
E o ritmo, a própria vida
Que nascia novamente diante de seus olhos deslumbrados
E eternamente agradecidos